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Mesmo na pandemia, construção civil cresceu 40% em 2020

Isolamento expôs fragilidade dos imóveis e acentuou demandas de pequenas reformas em busca de conforto e adaptação à nova realidade.

Mesmo com a economia do país e do mundo impactada pela pandemia, nem todos os setores estão em crise. O setor de construção civil manteve seu funcionamento durante o período de isolamento social.

Em 2020, o crescimento foi o melhor dos últimos tempos, conforme revelam alguns empresários do setor.

Isso tudo se dá pelo fato de que a convivência, por mais tempo, nos lares, em isolamento ou home office, expôs a fragilidade dos imóveis e acentuou as demandas de pequenas reformas em busca de conforto e até adaptação a essa nova realidade.

Além disso, muitos perceberam a necessidade de buscar um apartamento ou uma casa maior. Esse comportamento que aqueceu e impulsionou a venda de novos imóveis.

A justificativa para essa mudança vem da própria economia, uma vez que a crise acabou por gerar excelentes condições para se investir no setor. Por isso, está sendo o melhor momento (para construir ou reformar) que vivemos nos últimos 10 anos.

Impactos sociais e econômicos:

No momento em que tantos setores foram paralisados, a construção civil teve sinal verde para continuar com suas atividades.

E essa decisão, avaliada como positiva do ponto de vista econômico, acabou surtindo grande efeito social.

Enquadrar esse setor como serviço essencial durante a pandemia garantiu a manutenção de milhares de empregos, uma vez que 25% dessa mão de obra é absorvida pela construção civil.

Além disso, garantiu a abertura de novos postos de trabalho em um momento em que as demissões em outros setores dispararam.

A construção civil vem passando por grandes transformações nesses últimos tempos.

A percepção é que a maioria dos novos lançamentos são de unidades de pequeno porte alavancados por uma nova geração de empreendedores.

Aarão Ruben é dono de uma loja de material de construção em Guarulhos, na Grande São Paulo. Na contramão do PIB do país, o setor foi um dos que mais prosperaram durante a crise do coronavírus. Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio, do IBGE, o setor teve 10,8% de alta em 2020.

São dois principais motivos: as restrições de deslocamento, fechamento de bases de trabalho e o aperto da cesta de consumo anteciparam o apetite por fazer melhorias em casa ou nas empresas que, até então, adiavam reparos necessários. A injeção de recursos por meio do Auxílio Emergencial e outros benefícios sociais também deu orçamento extra para esses restauros.

“O Auxílio Emergencial fez muita diferença, mas a demanda era tanta que causou desabastecimento. Alguns itens da construção civil, como ferro, tiveram aumento de mais de 100%. Eu pagava R$ 53 em uma tela para concretagem, hoje está R$ 160”, diz Ruben.

Entre outros itens, o empresário cita também altas em tubos de PVC, e itens que dependem de resina, papelão etc. “Sumia do mercado e voltava sempre com aumentos”, afirma. Boa parte desse efeito está presente na inflação ao produtor, medida pelo Índice de Preços por Atacado (IPA).

Com peso de 60% na composição do IGP-M, o indicador subiu 3,28% em fevereiro. O minério de ferro, para ficar apenas no exemplo citado pelo empresário paulista, teve a maior influência no resultado, com alta de 22,87%.

Resultado da equação é que a loja teve alta de 17,5% em faturamento, mas conquistou crescimento líquido de cerca de 2%. A saída das mercadorias, portanto, ainda não compensou o avanço dos preços e formação do estoque.

“Precisei investir em transporte e fazer contratações, pois estava vendendo mais. Mesmo sem colher tudo ainda, quanto mais animado é o mercado, mais se pode expandir e ampliar seu mercado”, afirma o empresário.

As sondagens mensais do IBGE também dão pistas de quem se saiu bem mesmo com a pandemia em curso.

Dentre os poucos vencedores do setor de serviços, estão as atividades de Tecnologia da Informação (8,3%). No comércio, a venda de móveis e eletrodomésticos se destaca (10,6%). Ambos fazem a fórmula do home office – que teve enorme expansão para quem tem empregos mais qualificados e que dispensam o contato físico.

Com o fechamento de comércio e dos serviços, também foram impulsionados segmentos que se beneficiam da maior parcela de tempo em casa. Na indústria, ganhou destaque a fabricação de produtos alimentícios (4,2%). No comércio, supermercados e hipermercados também cresceram com força (4,8%), junto com artigos farmacêuticos (8,3%).

Por fim, como mostrou o G1 na semana passada, ganharam força os setores que estavam bem posicionados no universo digital. O aumento na demanda por conta da pandemia de coronavírus e também o maior número de empresas que decidiram entrar no comércio eletrônico fez o setor crescer, em vendas, um montante de 68% na comparação com 2019.

O e-commerce representava 5% do faturamento do varejo no final de 2019, mas alcançou um patamar acima de 10% em alguns meses do ano passado.

fontes: G1 e Russel

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