O QUE FAZER COM O LIXO NÃO RECICLÁVEL?
Materiais não recicláveis são aqueles constituídos por substâncias difíceis de se separar e cujos benefícios do processo de reciclagem não superam os custos. O grande volume de descarte desse tipo de resíduo tornou-se um problema ambiental, haja vista a demora na decomposição e os efeitos químicos e biológicos no ecossistema. Para solucionar essa questão, é necessário reduzir, reutilizar e, quando não for possível nenhuma das duas opções, é imprescindível o descarte adequado para assim reduzir os impactos ambientais.
Existem três tipos de reciclagem: química, mecânica e a energética – esta pode ser uma alternativa para alguns desses resíduos que não podem ser reciclados por meio dos processos convencionais (químico ou mecânico).
Lista de materiais não recicláveis
- Papéis não recicláveis: papel-carbono, fotografia, papel-toalha, papel higiênico, guardanapos utilizados, papéis metalizados, adesivos, etiquetas, papéis plastificados ou revestidos com parafina, papel celofane, papel vegetal.
- Vidros não recicláveis: frascos de medicamentos ou de produtos químicos, frascos de reagentes tóxicos, cerâmicas, lâmpadas, espelhos, cristais e vidros temperados planos.
- Plásticos não recicláveis: embalagens metalizadas, plásticos do tipo celofane, plásticos termofixos (utilizados na indústria de eletrônicos) e acrílicos.
- Metais não recicláveis: esponja de aço, grampos de papel e latas de embalagem de produtos químicos (tintas, medicamentos, agrotóxicos).
Por que alguns materiais não podem ser reciclados?
Existem dois motivos para não se realizar a reciclagem convencional (química ou mecânica) de um material inorgânico. O primeiro deles é em função do volume relativamente pequeno do material para realizar a reciclagem. No caso de sacolas plásticas, embalagens de bala, clips de papel, entre outros, não se tem um volume considerável de cada um que justifique o processo.
O segundo motivo são as substâncias difíceis de se separar, como no caso de espelhos, que são feitos por uma camada de nitrato de prata (a qual permite que o vidro reflita imagens) e tinta escura para proteção dessa superfície. Para essa mistura que forma o espelho, não há tecnologia eficiente para separá-la e possibilitar a reciclagem.
Outro tipo de material não reciclável são os contaminados, como embalagens de medicamentos ou produtos químicos, guardanapos, papel-toalha e outros tipos de papel que são descartados molhados, engordurados. É inviável a reciclagem desse tipo de material por não se ter um processo prático e eficiente para limpeza e separação e porque, em alguns casos, o volume final e os benefícios não justificam o processo.
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O que fazer com materiais não recicláveis?
- Redução de resíduos
O ideal é usar o mínimo possível de material que não é reciclável, substituindo por outro produto que cumpra a mesma função e cause menores impactos ambientais. O uso das ecobags ou sacolas ecológicas, por exemplo, foi incentivado no intuito de reduzir o uso e descarte das sacolas de plástico. As ecobags são feitas de tecido, são mais resistentes e podem ser reutilizadas diversas vezes. Além disso, o tecido, quando descartado, é um tipo de resíduo menos ofensivo que as milhares de sacolinhas plásticas.
- Reutilizar
Existem muitas ideias criativas para agregar valor a materiais que não são podem ser reciclados, como espelhos, que podem ser usados em itens de decoração, por exemplo. É de suma importância tentar reutilizar esse tipo de material antes de descartar.
- Descarte adequado
Para aqueles resíduos em que não é possível reduzir e nem reutilizar, o ideal é fazer o descarte correto para evitar o espalhamento desse lixo, que, na maioria dos casos, demora a se decompor e sumir do meio ambiente, tornando-se um grave problema para o meio e para os que ali vivem.
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Tipos de reciclagem
Antes de falar sobre os tipos de reciclagem, vamos explicar a diferença entre reciclar e reutilizar. Na reciclagem, acontece uma transformação físico-química do material para que esse possa ser utilizado novamente para outros fins ou até para o mesmo. Na reutilização, o material passa por mudanças físicas, sendo cortado, amassado, lixado, colado, e por higienização para ser então reutilizado.
- Reciclagem química: acontece a transformação do produto final em matéria-prima que pode ser reaplicada na fabricação de diversos novos elementos. No caso do plástico, por exemplo, ocorre a despolimerização, que é a transformação de um polímero em monômero ou em um polímero menor que o original. Esse tipo de processo acontece com uso de altas temperaturas ou reagentes químicos, fatores que variam de acordo com o tipo de produto e reação esperada.
- Reciclagem mecânica: consiste na trituração, limpeza e reprocessamento de dejetos de uma determinada classe (plástico, metal, vidro etc.) para assim reutilizá-los na fabricação de novos materiais com as mesmas características químicas. Nesse caso o material sofre alterações físicas por meio da moagem e derretimento a altas temperaturas, mas mantém as características químicas do composto original.
- Reciclagem energética: processo que transforma lixo urbano em energia elétrica e térmica. Esse tipo de reciclagem cabe a materiais que não podem passar por reciclagem mecânica ou química, como plásticos descartáveis, guardanapos, papel celofane, entre outros. A reciclagem energética é o reaproveitamento da capacidade calorífera dos materiais e traz grandes benefícios não só na obtenção de energia como produto final, mas também na destinação de resíduos, visto que o processo reduz drasticamente o volume de lixo sólido. Além disso, o que resta da incineração pode ainda ser aproveitado para fabricação de materiais de construção, como tijolos e telhas.
Por Laysa Bernardes Marques de Araújo
Professora de Química
FONTE BRASIL ESCOLA