Esponja de lavar louça, usada para manter a limpeza, por ironia, é um dos itens mais sujos da cozinha
A esponja de lavar louça, usada para manter a limpeza, por ironia, é um dos itens mais sujos da cozinha. Além disso, justamente por ser um “porta-bactérias”, ela tem uma vida útil reduzida. O ideal é que você use a mesma esponja por apenas sete dias.
A esponja de lavar louça comum é feita por uma mistura de plásticos, dentre eles o plástico poliuretano, o que faz com que sua reciclagem seja muito difícil e pouco viável economicamente. Isso porque os plásticos em questão contêm especificidades que dificultam muito a reciclagem, além de estarem amalgamados e conterem muitas bactérias. Sendo assim, o destino da maior parte dessas esponja acaba sendo o lixo comum.
O ideal é que o uso da esponja de lavar louça seja evitado, para não acumular ainda mais material não-reciclável ou de difícil reciclagem, como a esponja, nos lixões.
Existem alguns modelos de esponja que tem como base matérias-primas naturais, como fibra de curuá e biopoliol. As próprias embalagens desse tipo de esponja são feitas com materiais menos danosos ao meio ambiente. Mesmo assim, o mais recomendável é utilizar outra esponja de lavar louça, já que a esponja plástica acaba sendo considerada como um material não-reciclável, já que sua reciclagem é muito custosa e acaba não compensando. A melhor esponja de lavar louça é aquela conhecida como bucha vegetal.
Problemas
O fato de a esponja de lavar louça comum na maioria das vezes não ser reciclada a torna uma verdadeira inimiga do meio ambiente. Isso porque, mesmo quando descartada corretamente, a esponja de lavar louça comum pode escapar para o meio ambiente por meio do vento e da chuva e causar significativos danos.
Imagine então quando ela é descartada incorretamente.
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A bucha vegetal nada mais é do que a polpa de uma fruta que cresce muito bem no Brasil, inclusive você pode plantá-la em casa (saiba como na matéria “Como plantar bucha vegetal?“). Além de ser uma alternativa muito mais sustentável do que esponja de lavar louça comum, ela pode ser compostável. A bucha vegetal se contamina menos, risca menos as louças e dura muito mais. Isso tudo devido ao formato de suas fibras.
Biomaterial
O Grupo de Química Analítica de Polímeros (da Universidade de São Paulo, campus de São Carlos) desenvolve, desde 1984, uma pesquisa com biopolímeros de poliuretano derivados do óleo de mamona para a aplicação na área médica. O material do estudo se mostrou totalmente compatível com os tecidos de organismos vivos (ou seja, é biocompatível), não apresentando rejeição.
Um exemplo de aplicação deste material é seu uso como cimento ósseo em implantes de próteses e reparador de perdas ósseas. Observou-se que o osso se regenera, ou seja, o organismo consegue substituir o biopolímero de poliuretano por células ósseas, regenerando o tecido ósseo. Pesquisas recentes evidenciam que este biopolímero (de poliuretano derivado do óleo de mamona) pode ser empregado sob a forma de fios extremamente finos para amenizar rugas de expressão e combater a flacidez da pele.
Por ser de origem natural (óleo de mamona), os fios feitos com biopolímeros de poliuretano possuem maior biocompatibilidade com o organismo humano. No entanto, os biopolímeros possuem uma desvantagem econômica: são aproximadamente três vezes mais caros que os polímeros derivados de petróleo. Veja mais na matéria: “Poliuretano: de travesseiros a preservativos“.Processo de produção
Como todo plástico, o poliuretano é um polímero feito a partir da reação de duas substâncias principais: um poliol e um diisocianato. As matérias-primas do processo podem variar de acordo com a necessidade da aplicação. Na parte dos polióis, os mais utilizados são o óleo de mamona e o polibutadieno. Entre os diisocianatos, são destaques os “famosos” difenilmetano diisocianato (MDI) e hexametileno diisocianato (HDI), entre outros nomes complicados.
Reciclagem
Uma das maiores preocupações ambientais é o que fazer com o que sobra de produtos que contêm poliuretano. Por serem plásticos termorrígidos, os seus fragmentos não podem ser derretidos e fundidos novamente para serem aproveitados em um material plástico do mesmo tipo.
No entanto, devido a pressões sociais, a indústria começou a estudar que fim dar para tais resíduos. Uma das alternativas encontradas foi a reciclagem mecânica de resíduos industriais de poliuretano. Eles acabam incorporados em diferentes proporções a resinas de poliuretano, resultando em material com propriedades adequadas para aplicação em pisos e pistas de atletismo, por exemplo. Também há empresas que usam refugos de produção ou produtos desgastados feitos com PU para produzirem solados de calçados.
Outro estudo fez a mistura de poliuretano rígido (PUR) moído com cimento, resultando em blocos de cimento com menor peso e melhor condutividade térmica, mas apresentou problemas com relação à compressão (poderiam se romper mais facilmente). Mas houve uma outra pesquisa na mesma linha que adicionou PUR com granulometria específica e obteve alta resistência, o que permitiu a aprovação de blocos para fins estruturais.
Entretanto, essas opções de reciclagem ainda não são uma realidade para o poliuretano que, muitas vezes, não é reciclado e vem a causar danos ao meio ambiente e para as pessoas quando descartado incorretamente. Entenda melhor esse tema na matéria: “Há microplásticos no sal, nos alimentos, no ar e na água. Entenda como ele surge e previna-se“.Por isso, descarte materiais de poliuretano da melhor maneira possível. Encontre o local mais próximo para os seus itens antigos na seção Postos de Reciclagem.
fonte: ecycle