Quantidade de casas que leva aspectos ambientais em conta ainda é pequena, mas tende a se expandir
O último relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), apresentado em 2013, apontou 95% de certeza da responsabilidade do homem nas mudanças climáticas.
Estudos indicam que a construção civil é uma das principais responsáveis pela alta emissão de gases, destruição de áreas verdes e consequente morte de animais nativos, alto índice de consumo de energia e água, além da gigantesca criação de resíduos, desde a produção dos materiais para a obra até a entrega e funcionamento. Só em São Paulo, estima-se a geração de 17 mil toneladas/dia de resíduos, sendo que 30% vêm da construção formal e o restante da informal.
Em resposta a este panorama, cresce a construção sustentável, que determina uma revisão de toda cadeia de produção, a fim de torná-la menos prejudicial ao meio ambiente e mais eficiente, tanto no âmbito social quanto no econômico. Isso porque ela visa, além da harmonização das construções com a natureza, o melhor convívio entre moradores e a comunidade.
Inicialmente, os custos de uma casa sustentável, em comparação a uma normal, são cerca de 5% a 10% maiores. No entanto, a rentabilidade dessas construções se apresenta no longo prazo. As diversas iniciativas presentes nelas podem diminuir a conta de energia elétrica, de água e dos valores de manutenção, além de valorizar o imóvel.
Para a construção de casas sustentáveis é necessário respeitar alguns aspectos principais, que são: localização inteligente, padrão e design do entorno, infraestrutura sustentável, canteiro de obras, gestão da água, eficiência energética, materiais e recursos, qualidade do ambiente interno, orçamento e financiamento, operação e manutenção, prioridade regionais e inovação.
Todas essas etapas são essenciais. Cada uma delas está ligada a um ponto especifico de equilíbrio com a natureza e levando em conta a eficiência no gerenciamento dos materiais, a fim de evitar desperdícios.
O crescimento das casas sustentáveis tem sido considerável no último período. Em 2013, o governo federal licenciou 300 casas sustentáveis “sem tijolos”, utilizando uma estrutura de madeira autoclavada. O processo, além de mais barato, é mais rápido e demanda menos mão de obra.
Programa
Desde 2008, são aplicadas em diversas casas do programa do governo federal “Minha Casa, Minha Vida” recomendações ambientais para sua construção, que são: “minimizar os impactos da obra no meio ambiente; aproveitar os recursos naturais do ambiente local; realizar a gestão e economia de água e energia na construção; promover o uso racional dos materiais de construção; arborizar e estimular o plantio de árvores nos terrenos; promover a coleta e reciclagem dos resíduos sólidos nos empreendimentos; adotar soluções para a melhoria do conforto interno das habitações e promover a educação ambiental dos moradores.”
O impacto final na entrega dessas casas foi a diminuição de uma tonelada na emissão de resíduos, o que representa 80% do total, e queda nos gastos de construção.
Ainda há muito preconceito rondando as construções sustentáveis. No entanto, a consciência ambiental tende a superar a desconfiança. Quem sabe, daqui a pouco tempo, todos nós fiquemos mais acostumados a ver casas sustentáveis em grandes cidades. Já não parece ser uma ideia tão distante.
Fonte: Ataque Sustentável