Um projeto de arquitetura sustentável geralmente se caracteriza por um conjunto de fatores que agregam desempenho social, econômico e ambiental à edificação. Maximização de espaços abertos, aproveitamento de iluminação natural e reúso de materiais, por exemplo, são práticas que ajudam a consolidar o conceito verde do empreendimento.
O método formal adotado na construção para chancelar a característica sustentável dos edifícios é por meio de selos, como o AQUA-HQE, promovido pela Fundação Vanzolini. Seguindo conceitos destes sistemas de avaliação, confira a seguir oito critérios sustentáveis relevantes para considerar durante a concepção de um projeto:
- Relação com o entorno
Engloba tudo o que interage com a implantação do edifício, como infraestrutura local, acessos, conectividade urbana etc. Algumas das práticas para pontuar nesse quesito consistem em eliminação de letreiros e agentes poluidores visuais; maximização de espaços abertos, como terraços e grandes praças; remediação de áreas contaminadas; fácil acesso ao transporte público; redução da área de estacionamento; inclusão de bicicletários e vestiários, entre outros.
- Gestão de água
Foca em iniciativas para uso eficiente e racional da água, com foco na redução do consumo. Projetos com sistemas de reaproveitamento de água da chuva; redução da pressão do sistema hidráulico; uso de arejadores nas torneiras e até projeção de estações para tratamento e reúso são fundamentais para uma gestão sustentável da água.
- Eficiência energética
Baseia-se no sistema de geração de energia do empreendimento e seu devido impacto ambiental. Alternativas locais de geração de energia, como aquecedores solares e painéis fotovoltaicos, agregam maior pontuação para esse critério. Outra solução eficaz consiste em explorar a luz natural, a ventilação cruzada e equipamentos mais eficientes, como elevadores inteligentes, sensores de presença de iluminação, entre outros.
- Qualidade interna do ar
Crucial para ambientes onde as pessoas permanecem por longos períodos. Soluções que privilegiem a vista externa, a captação de iluminação natural e o monitoramento da ventilação são ideais para cumprir esse critério. Também é importante que a especificação opte por materiais com baixa emissão de VOCs (compostos orgânicos voláteis).
- Conforto acústico
Baseia-se, praticamente, na propriedade de isolamento acústico do projeto, com menores taxas de ruído externo e entre lajes para dentro dos ambientes. É garantido por sistemas de pisos adequados e por fechamentos com materiais mais densos, como concreto, aço e vidro.
- Canteiro racional
A especificação de materiais e soluções construtivas deve minimizar ou eliminar a geração de resíduos, de poeira, de sujeira, de tráfego e de consumo de recursos e, consequentemente, o impacto ambiental do canteiro de obras. A substituição de métodos construtivos tradicionais por soluções prontas – como trocar fechamentos em bloco por placas de gesso acartonado – é um exemplo.
- Gestão de resíduos
Consiste na elaboração de um programa logístico para destinação correta dos resíduos e materiais recicláveis, sempre que possível. Gestão para separação e descarte consciente também integra a lista de soluções.
- Atendimento à legislação
É mandatório que os projetos sigam os regulamentos das diferentes esferas legislativas (municipal, estadual e federal), como códigos de obras e leis de zoneamento, uma vez que as próprias legislações já são formuladas considerando, entre outros critérios, os conceitos sustentáveis.
fonte: Galeria da Arquitetura